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Categoria: Fashion Week

Achando uma resposta – Sobre geração, tiroteios e desamor

A minha geração veste-se pelo Cool, veste-se pelos olhares que receberá, veste-se para a “pegação”, veste-se para apresentar ao mundo uma imagem que não é real. De tantos motivos para se vestir, acabam dando corda para se enforcarem, ou melhor, enforcar a identidade genuína do indivíduo. A mesma geração que se enforca, se veste pelo mais volátil dos prazeres, o de comprar. São como cegos perdidos em um tiroteio. Tiroteio este, das liquidações e fast-fashion.

Não se trata de descriminar Sales e lojas de departamento, aliás, elas são a nossa alegria, mesmo que momentânea, porém, há tempos o jovem não consome moda, bons livros, arte e as manifestações mais herméticas da natureza, da vida. Os ditos-cujos (nos incluímos apenas na faixa etária) querem viver para verem que as “idéias” formadas por eles, são tão patéticas e dispensáveis quanto os deputados que elegemos.

Em Brasília, podemos encontrar moda em seu real concreto, porém, os auto-nomeados “Detentores do Notório Saber em Cultura do Vestuário” em seus trabalhos abarrotados de segundas intenções, custam informar o pensamento de moda sob uma análise semiótica, preferindo então, passar 12 meses imprimindo papéis ou atualizando sites, que terão o mesmo fim de seu “Conteúdo Shopping Center”A lixeira ou o desamor, que é pior.

Coitadinha da minha geração, tão preguiçosa para estudar as sub-culturas, a arte e a bem dita moda local; São coisas tão prazerosas e nem um pouco voláteis. Primam ler o blog de uma tonta rica, ou um jornal prolixo, do que buscar referências vivenciadas na práxis, e assim, saborear o gosto adocicado da moda e de suas vertentes tão profundas.

Estamos próximos da nossa terceira cobertura do CFW, vivendo a moda no coditiano, com a cabeça nas nuvens e o pé no chão. Se quiser ler textos oriundos de uma “Fashion Week” um pouco mais pensada, aqui encontrará coisas deste segmento, se não, lhe pergunto o que ainda faz aqui? Como minha geração diz:

 

                    Fuck Off Haters

John is dead, Dior is alive!

Dior apresentou no dia 4 de Julho sua Alta Costura para os amantes da moda . O resultado esperado para a coleção sem Galliano foi nada surpreendente. Observou-se claramente a identidade da grife, no que diz respeito à maquiagem exuberante e os looks volumosos, na medida correta. Mesmo assim é claro notar a falta de coerência na coleção apresentada na semana de moda.

Se é que possamos chamar aquilo de uma coleção, já que não possui o enredo e a dramaticidade que John apresentava na passarela. Cada peça tinha uma individualidade, e isso não é o suficiente para que uma coleção seja formada; pois apenas uma roupa não é capaz de transmitir a real identidade da grife. Um desfile não é apenas o andar das modelos, é uma história que deve ser contada através de vários looks, que juntos apresentam na passarela algo que possa sim ser chamado de “coleção”, e para isso, é necessário que haja lógica.

Senhor John Galliano fez um coisa terrível? Sim, fez. Merece ser julgado e pagar a pena devida? Sem dúvidas. Mas não acho justo com o mundo da moda desperdiçar o legado que ele deixou para a Maison. Não é todo dia que nasce alguém com tanta paixão e criatividade como Galliano.

John Galliano em Alta Costura 2010 e Susanna Venegas and Bill Gaytten em Alta Costura 2011 / Que diferença faz

John Galliano em Alta Costura 2010 e Susanna Venegas and Bill Gaytten em Alta Costura 2011 / Que diferença faz

Parabéns Metsavaht!

Quem encontrou Oskar Metsavaht por aí dando pulinhos de alegria e com o sorrido de canto a canto das orelhas deve ter achado estranho.  O Diretor de Estilo e Criação da Osklen teve sim motivos plausíveis para esbanjar felicidade por aí, pois esse está sendo, definitivamente, o ano de Oskar.

Apenas dois motivos foram o suficiente para deixar qualquer um impressionado. Para começar, em maio, o estilista da marca carioca foi nomeado em Paris como embaixador da UNESCO pelo trabalho com o Instituto E, do qual é presidente e fundador, juntando-se assim ao lado de Pierre Cardin e Pierre Berger, embaixadores da Boa Vontade. E para finalizar, este mês, a Osklen foi a única marca brasileira a ser indicada ao prêmio Emerging Luxury Leader pela organização inglesa The Luxury Business Group, que destaca pessoas e empresas que entregam excelência em serviços dentro do setor de luxo. E como se não bastasse ser apenas indicada, a marca de Oskar ganhou o tal prêmio.

Metsavaht provou que luxo não é apenas representado por aqueles majestosos vestidos de Alexander Mcqueen e Christian Dior que custam minha vida, mas luxo também pode ser representado na simplicidade, porém com qualidade. O desfile de uma grife “luxuosa” não precisa, necessariamente, deixar o seu público de queixo caído, ser algo deslumbrante e exagerado, os pequenos detalhes também têm o seu valor.

 

Podemos ver discretamente o luxo de Oskar em sua última coleção que foi apresentada no SPFW. O tema foi “Royal Black, um tributo às influências e à estética da cultura negra no Brasil”.

A Osklen apresentou um verão perfeito, tecidos rústicos, naturais e confortáveis formam macacões, saias, camisetas, calças fáceis de vestir. A marca deu luxo à simplicidade do básico.


Calangos se aventuram fora do Cerrado

Os três gigantes da moda brasiliense apresentam para a o Rio Moda Hype (Akihito e Sann) e para a tão esperada nova edição da Casa dos Criadores (Anna)  seus trabalhos que, saem do underground e aspiram ao mainstream. Akihito, Anna Paula e Sann Marcuccy dão o que falar (vestir). É notável que, quando se tem talento e feeling para criar a identidade de uma marca, pode-se ir longe, no bom e no mal sentido. xD

Marcuccy traz referência a um pensamento “antropofágico religioso”, na qual, os acessórios têm o poder de compor essa idéia de forma fiel. As transparências em certas peças fazem total sentido a modelagem e a fluidez das roupas na passarela. Percebemos também o sóbrio que foi usado anos atrás por Houston e Chanel, criando um tom místico e curioso em torno do que se produzia. Sann mesmo que indiretamente, usa do mesmo artifício para que motive o consumidor esclarecido a buscar por algo mais misterioso nesse inverno.  Marcuccy apresentou uma coleção coerente a sua marca.

O japa preferido do blog, Akihito Hira, arrancou suspiros indiretos dos homens que assistiram ou viram as peças apresentadas no FRMH. Akihito se apresenta cada vez mais competente na moda masculina. O estilista expõe uma coleção de assimetria desconstruída, com referência notável a técnica de camuflagem. Também é possível enxergar a miscelânea proposta em fator do vestuário masculino. As peças clássicas como coletes e ternos se misturam em uma forma divertida e “Björk rules”. Os shorts em alfaiataria impecável nos impressionam. Só me questiono quanto à versatilidade do Akihito, mas isso ele nos prova na próxima coleção. Go guy! O mais incrível disso tudo é que as gravatas borboletas da marca fazem os três blogueiros dessa pagina suspirarem!

Anna Paula mostrou uma moda masculina forte. Com modelagem sempre muito geométrica, podemos ver sua nova coleção intitulada “Vivo”, sob uma ótica pesada, por motivo das cores marcantes representando o sangue pulsante no homem e afins.

Referente ao charme italiano de sua última coleção, a estilista apresenta uma proposta mais tropicália, profusa, porém sentimos certa representação prolixa do homem que a marca mostra a cada coleção. Quebrando toda a idealização de certa brutalidade masculina, Anna mostrou nessa coleção que homem também pode usar transparência, deixando-o sofisticado e elegante.

Presas por uma sociedade estereótipada

Toda mulher, de fato, possui suas vaidades, seja uma obsessão pela beleza, ambição de por alguma roupa, imóveis… Enfim, é grandiosa a quantidade de coisas que faz as mulheres perderem a cabeça, nem que seja em uma feirinha qualquer. Esse consumismo exagerado faz qualquer uma perder o controle na posse de um cartão de crédito, pois sair do shopping com as mãos vazias, jamais! A necessidade de comprar qualquer coisa por mera vaidade já é algo comum, muitas vezes nem esteja precisando de uma bolsa nova, mas se for aquela que estava na passarela da semana de moda passada, com certeza qualquer preço é justo.

O responsável por mostrar essa mulher totalmente capitalista foi Marc Jacobs. Em sua coleção – Outono 2011 – para Louis Vuitton o estilista apresentou para o seu público aquela mulher obcecada por suas bolsas, essa paixão enlouquecedora que pode ser capaz de torná-la escrava de si mesmo. Não só sobre bolsas, mas aquela mulher escrava de qualquer produto; mulheres que não abrem mão de um vestido novo apenas para não repetir os antigos, tudo em nome da reputação. Mas na realidade tudo não passa de vaidade.

No desfile inspirado no filme O Porteiro da Noite (1974), modelos representaram essas mulheres que são totalmente entregues a sociedade que as manipulam, prendendo-as – “com algemas” – em certos protocolos que são “obrigadas” a seguir.

Começou no dia 13 de junho o 3º maior evento de São Paulo, o São Paulo Fashion Week, e já no primeiro dia do evento certo estilista deixou todos aqueles que estavam assistindo o seu desfile de boca aberta. Samuel Cirnansck espantou o seu público logo nas primeiras modelos, presas com mordaças na boca e seus braços amarrados com cordas. De início dá a entender que foi feita uma crítica àquelas mulheres que são presas ao casamento ou a qualquer evento que é obrigada a participar; presas a si mesma ou a uma grande sociedade. Diferente de Jacobs, Cirnansck não quis retratar uma mulher manipulada, “mas sim mostrar a sensação boa de estar amarrado com alguém no dia do casamento”, explica o estilista.

Criar um conceito em cima de um desfile não é apenas uma forma de chamar atenção, mas também é uma forma elegante de mostrar a realidade vivida pela sociedade, principalmente para aqueles, que se dizem “entendedores de moda” e sentam na tão almejada fila A, que vão assistir um desfile apenas para serem fotografados e fazer poser.

Foco de renda

O trabalho artesanal é algo de extrema criatividade, e os artesãos brasileiros sabem muito bem como explorar essa arte. Presente em um grande número de passarelas, a renda foi um dos materiais mais usados nessas ultimas temporadas de moda.

Não sei vocês, mas esse delicado trabalho me remete as famosas feiras artesanais que existem por todo o Brasil, principalmente no Nordeste brasileiro. Seja pano de prato, vestidos, saias, cochas de cama, a renda é uma arte nacionalmente cultural, e agora esta sendo lançada como tendência para o vestuário, principalmente, feminino. Grandes grifes tomaram como partida e apostaram na renda, como Dolce & Gabanna, que iniciou essa avalanche de rendas na sua coleção Primavera 2011.

Há duas semanas estava se iniciando a 19ª edição do Fashion Rio, e como esperado os estilistas brasileiros não deixaram de explorar da forma mais criativa as rendas em suas coleções. Alexandre Herchcovitch, Coca-Cola Clothing e Ágatha foram uma das marcas brasileiras que apostaram nesse material.

A grande preocupação, fica no fato de você tirar da passarela e levar para as ruas. A rejeição da peça em renda, as vezes é maior do que imaginamos.

O que muitos desconhecem é que, nós temos o melhor clima e lugar para usar tal peça. Brasil é um país de calor constante e, as rendas se entregam facilmente a lugares assim. #Trendy

Na última temporada apresentada pelas semanas de moda Brazucas, pode-se ver a inversão da renda e o gradiente interesante que ela faz com peças mais rústicas, como o couro. Isso se dá pela miscelânea buscada pela moda, na qual, a mistura é a melhor aposta (no tanto que haja bom-senso).

Hermès sem Jean Paul Gaultier

O mundo da moda perdeu mais um diretor criativo, depois que John Galliano foi convidado a se retirar da Dior dessa vez é Jean Paul Gaultier que se retira da Hermès. Mas calma, não por um assunto polêmico nem nada do tipo; diferente de Galliano, Gaultier decide sair, pois decide se empenhar mais em sua própria grife que leva o seu nome.

Famoso por inserir no guarda-roupa feminino peças pertencentes ao closet masculino parece que esse ar andrógino permanece levemente como característica da grife. Em sua coleção de estréia o novo diretor criativo da Hermès, Christophe Lemaire – ex dirigente da Lacoste – com seus 43 looks apresentados na passarela nos remete aos anos 1990, aonde os famosos blazer cumpridos fizeram um grande sucesso dentro do minimalismo.

Apresentada no dia 6 de março sua coleção foi baseada nos nômades asiáticos, o que nos leva a uma contradição com Jean Paul, no qual suas ultimas coleções foram inspiradas em mulheres mais poderosas, como nas personagens de bond-girls, detetives do início do século XX e as antigas fortes mulheres do velho oeste. Muito couro e materiais que definiam bem o corpo feminino foram substituídos por casacos amplos e túnicas folgadas.

Fall 2010 por Jean Paul Gaultier

Fall 2010 por Jean Paul Gaultier

Primavera 2011 por Jean Paul Gaultier

Primavera 2011 por Jean Paul Gaultier

Uma leve mudança foi observada na nova coleção, mas uma mudança positiva que ganhou boas críticas devido a sofisticação – e o famoso couro Hermès – preservada por Lemaire.

New Face de sucesso

Melhor vocês guardarem esse rosto na memória, porque o carioca morador de Brasília Adriel Berwaldt vem ganhando espaço nos castings do mundo da moda. Descoberto aos 13 anos, o new face foi encontrado em um supermercado de Brasília pela diretora da agência Glam, Vanessa Lippelt, e desde então a agência mãe vem tomando conta dos trabalhos desse garoto.

Filho de militares, o primeiro trabalho de Berwaldt foi abrir o desfile de Sann Marcuccy no Capital Fashion Week e hoje, aos 16, já participou de 4 dos 6 desfiles do Fashion Rio Inverno 2011 e fechou contrato no SPFW para ser fotografado ao lado de Alícia Kuczman no editorial da Amapô.

 

Alícia Kuczman e Adriel Berwaldt no desfile da Amapô no SPFW Inverno 2011

Fui apresentada a Adriel durante o Claro ParkFashion 2011, aonde desfilou para vária lojas de menswear. O estudante do último ano do Ensino Médio estava um pouco tímido, porém simpático, disse estar estudando para cursar engenharia mecatrônica no ITA e por fim, quando conseguir ser matriculado, irá trancar o curso por um período para poder serguir com a carreira de modelo.

Adriel que fala e age com humildade, diz curtir o som de Paramore e filmes de gêneros policiais, no qual um de seus favoritos  é As Duas Faces da Lei. Já na hora de se vestir com seus 1,85m o garoto diz: “Eu acho que sou muito de preferir as teorias mais modernistas, não o estilo em si mas o conceito dele, uma coisa mais independente, que não se gruda a tradições e consegue criticar e observar com neutralidade sobre as coisas”, resumiu tudo com muita com sabedoria seu estilo undergound não acham?

Dono um um belo rosto mezzo andrógino que dizem lembrar o de Carol Trentini, o rapaz, que já está em negociações com agências europeias para a temporada internacional, já foi mencionado na página de new faces do models.com.

O prodígio brasileiro possui uma carreira promissora pela frente promete fazer muito sucesso nas passarelas mundias. Apostamos no garoto!

 

Finalistas do Prêmio de Moda Claro ParkFashion

Recebendo alguns feedbacks de leitores e amigos, percebemos que não falamos muito dos desfiles do Claro Parkfashion. Aqui no blog, tentamos fazer direfente ao tentar passar alguma noticia, até porquê, os blogs e moda de Brasilia estão fazendo resenhas muito boas de todos os desfiles. Nosso preferêncial ficou por conta do desfile de abertura, os desfiles que mais chamassem a nossa atenção (nossa humilde atenção) e por último os novos talentos.

Fazemos aqui no blog, matérias bem legais com estilistas da capital e, se tem um concurso de novos estilistas, ficamos felizes e muito ansiosos para ver os trabalhos.

Ontem, 24, foi aprensentada ao juri a coleção dos finalistas do Prêmio de Moda Claro ParkFashion. Foram 10 finalistas escolhidos dentro 41 escritos. Os finalistas, duplas ou participantes individuais. O tema estabelecido foi “A contemporaneidade”. O vencedor, além de mostrar suas criações em um desfile no penúltimo dia do evento, ganha uma viagem para Paris, com direito a acompanhante.

Para que uma coleção se concretize é preciso ter uma direção criativa por trás, e nada melhor para expressar a real criatividade do estilista do que seus desenhos manuais, ou melhor, os croquis. Abaixo estão essa particularidade de cada concorrente.

  • JEAN MATOS

Começaremos com o vencedor. Sim, Jean Matos venceu o concurso e ganhou uma viagem a Paris com direito a acompanhante. Bacana, não? O vencedor intitulou sua coleção de “XXI”, buscou passar nas roupas o conto “A roupa do rei” em que, no final das contas passa a ser algo idealizado pelo puro fruto imaginário.

 

Jean Matos

  • YURI PARDI

Em sua coleção de estreia, cores e formas são desvinculadas das definições de masculino e feminino, propondo uma moda livre: Gênero é um estado de espírito, segundo Yuri Pardi. UNI, de unidade, foi o tema explorado em sua coleção que traz modelagens geométricas e angulosas em tecido como musseline de seda, cirrê, moletom, viscose sarjada, soft, gabardine acetinado e couro, nas cores que variam em preto, branco e cinza.

 

Yuri Pardi

Entrevista com Yuri:

  • UIRÁ GODOI

Uirá Godoi

 

 

  • Romilda Gomes

Romilda Gomes

 

  • Renan Braga

 

Renan Braga

  • Rejane Cadore e Rafaella Lacerda

Rejane Cadore e Rafaella Lacerda

  • Paloma Rodrigues e Franciélia dos Santos

Paloma Rodrigues e Franciélia dos Santos

 

  • Hudson Lucas

 

Hudson Lucas

  • Gabriella Rodrigues e Pamela Mathias

 

Gabriella Rodrigues e Pamela Mathias

 

  • Ana Karol Melo e Breno Abreu

 

Ana Karol Melo e Breno Abreu

 

Fotos da passarela: modismonet.com